12/01/2015

Os mosquitos me amam

Algumas pessoas atraem mais os insetos que outras, e isso é comprovado cientificamente

Você volta de uma temporada na praia ou no campo todo picado e sua irmã, que fez a mesma viagem, tem apenas alguns pontinhos vermelhos pelo corpo. Se essa é uma situação frequente, certamente você está no time das pessoas que, digamos assim, são mais “apetitosas” para os insetos. E nada disso é suposição ou piada de família, e sim um fato científico.

Já está comprovado que os mosquitos são atraídos por algumas substâncias liberadas pelo corpo, como resultado da respiração metabólica (ácido lático, CO2, calor). “O ritmo acelerado da circulação sanguínea desencadeia o suor e, juntamente, as emanações de calor e substâncias voláteis que atraem os insetos”, explica Sirlei Antunes Morais, entomologista e autora do blog O Mosquito Culex.

Em outras palavras, a maior capacidade de atrair mosquitos depende da quantidade que esses produtos são liberados pelo seu corpo. Mas há outros fatores que podem contribuir para a atratividade dos insetos: a coloração das vestimentas, sobretudo pretas ou vermelhas, que os atrai pela capacidade visual, a temperatura do corpo –quanto mais quente, mais mosquitos– e algumas bactérias que já existem naturalmente na pele, explica Cansi.

Saiba quais os fatores físicos e biológicos que atraem insetos

• Prática de atividade física (aumento da temperatura do corpo)

• Consumo de álcool

• Sangue tipo O

• Sobrepeso

• Gravidez

• Bactérias na pele

• Fatores ambientais que causam alterações no metabolismo, na produção de ácido lático e na liberação de dióxido de carbono (CO2), como as altas temperaturas

• Uso de roupas de cor escura (preta ou vermelha)

• Movimentação excessiva

• Maior produção de ácido lático (presente no açúcar de alguns alimentos)

• Taxa metabólica elevada

• Alta liberação de dióxido de carbono (CO2)

Fontes: Jonathan Day (Universidade da Flórida), Edison Rogerio Cansi (Universidade Federal Sul da Bahia), Sirlei Antunes Morais (Faculdade de Saúde Pública da USP).

Um combatente que exige cuidados

A comprovação, porém, não trouxe ainda um remédio. Por isso, o jeito é apostar nos repelentes em creme, gel ou spray. “O princípio ativo desses produtos confunde o olfato dos mosquitos. Sem a captação de odores, eles ficam sem direção e batem em retirada”, explica Sirlei. Entretanto, não se deve abusar dessas substâncias, pois podem ser tóxicas ou alergênicas, principalmente as que contêm dietiltuolamida (DEET) em sua formulação.

A maior parte dos repelentes para a pele funciona mascarando o odor humano e é eficaz para repelir a maioria dos mosquitos. Mas o uso dessas substâncias demanda alguns cuidados. Em primeiro lugar, não deve ser usada por gestantes e crianças com idade inferior a seis meses. “Isso se deve à maior vulnerabilidade imunológica. Os produtos têm uma substância química que, quando usada de forma indiscriminada, pode causar alergias e intoxicações”, explica Edison Rogerio Cansi. Para crianças de até seis meses, pode-se recorrer a uma solução caseira de óleo de amêndoas com cravo-da-índia.
Reportagem publicada na revista Estar Bem, ed. 29. Texto de Mariana Botta.
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