Helena Rizzo, a chef à frente do Maní, em São Paulo, um dos melhores restaurantes do mundo.
A gastronomia brasileira está em ascensão. Jovens chefs do país ostentam seus nomes e restaurantes em guias e rankings internacionais. A gaúcha Helena Rizzo, de 33 anos, ilustra este movimento. Ao lado do marido, o catalão Daniel Redondo, a chef tornou a cozinha do Maní, em São Paulo, uma das mais admiradas do mundo. Há menos de um mês, o estabelecimento foi considerado um dos cem melhores restaurantes do mundo pela “Restaurant”, importante revista especializada britânica. A seleção foi feita por mais de 800 críticos de diferentes nacionalidades. Em entrevista para o blog, Helena fala sobre seu processo de concepção de pratos e a importância do prêmio.
Qual foi a sensação de ver o Maní ser escolhido como o 74º melhor restaurante do mundo por uma publicação tão respeitada como a “Restaurant”?
Helena Rizzo – É sempre bacana receber o reconhecimento da mídia, sobretudo desta revista que elege a partir do voto de gente que entende de gastronomia. Recebemos a escolha com muito orgulho, mas continuaremos fazendo o nosso trabalho, como sempre fizemos.
Como funciona o processo de criação dos pratos do restaurante?
H.R – Nosso cardápio sempre integrou ingredientes naturais, mas não é um menu orgânico nem experimental. Eu e o Daniel buscamos nas nossas raízes, nas nossas experiências a inspiração para o que criamos.
Os chefs brasileiros estão cada vez mais em evidência no cenário internacional. Com a experiência de quem morou e fez cursos na Europa, ao que você atribui este fenômeno?
H.R – É uma culinária em ascensão, sem dúvida. Há muitos talentos no mercado. Muito disto, para mim, é um reflexo da evolução do Brasil como um todo no cenário internacional.
O uso de ingredientes tipicamente brasileiros virou uma marca da nova geração de chefs. Como você analisa este processo?
H.R- O Brasil é um grande celeiro de matérias-primas para a culinária. Sempre utilizamos ingredientes típicos, mas não deixamos de lado outros produtos da culinária internacional. Aos poucos, o Brasil está desenvolvendo a sua identidade nessa área. Isso leva tempo.