05/04/2012

Na contramão dos smartphones.

Vivemos um momento em que os gadgets estão em alta. Novos smartphones, tablets e seus aplicativos revolucionários são lançados e atualizados a todo momento. Úteis e divertidos, sensíveis ao toque, com design impecável, câmeras fáceis de usar e imagens em alta definição: não tem como não gostar deles.

Na contramão desse movimento, surgiu nos EUA uma iniciativa surpreendnte. Do tamanho de um cartão de crédito, o Raspberry Pi é um computador em sua essência: uma placa de circuito com entradas HDMI, ethernet, USB, AV e para cartão SD. Com 256 MB de processamento e sistema operacional Linux, basta conectá-lo a um monitor para navegar na internet, editar textos e assistir a vídeos em HD, entre outras tarefas que um computador médio é capaz de realizar. Tudo isso, por módicos 35 dólares.

Seu objetivo, no entanto, não é ser o PC mais barato do mercado. O Raspberry Pi foi desenvolvido com fins educacionais. Enquanto realiza suas operações, o código-fonte é exibido em uma janela no desktop. A ideia é que o dispositivo desperte nas crianças o interesse pela programação e o funcionamento dos computadores.

Segundo os idealizadores ligados à Universidade de Cambridge, a geração do iPad e Xbox tem acesso a muita tecnologia com facilidade, mas pouco sabe sobre o funcionamento dos computadores, e esse aparelho está reacendendo esse interesse.

As afirmações foram confirmadas pelos números: logo nos primeiros dias do lançamento, no final de fevereiro, aconteceram 30 mil downloads do sistema operacional, sendo que o primeiro lote de 10 mil unidades foi esgotado em poucas horas. Ao final da primeira semana, havia uma média de 700 pedidos por segundo.

O site da fundação Raspberry Pi, comenta ainda que dos anos 90 para cá, o conhecimento dos alunos inscritos no curso de Ciência da Computação decaiu muito: a maioria dos candidatos apresentava alguma experiência, enquanto hoje um candidato médio sabe, no máximo, um pouco de web design. Outra preocupação é criar uma geração de crianças não apenas consumidora de tecnologia, mas sim criadora.

Será que essa ideia pegaria no Brasil?

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